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segunda-feira, 23 de março de 2015

Aliviada e feliz por voltar à elite, Silvana espera repetir o título em Bells Beach


A lembrança do dia 12 de abril de 2009 segue cristalina na memória de Silvana Lima. Uma imagem marcada na pele da surfista de 30 anos em forma de tatuagem, com o desenho do troféu de Bells Beach, na Austrália. Foi lá que a única representante do Brasil na elite conquistou o primeiro título para o país e tocou o sino na lendária praia em um dia iluminado, derrotando na final a australiana hexa mundial Stephanie Gilmore. De volta ao Circuito Mundial (CT) de 2015 após terminar a temporada como líder da Divisão de Acesso (QS), Silvana terá a chance de repetir o feito ao retornar ao local para a segunda etapa do ano, de 1º a 12 de abril. 
- Aquele dia foi realmente iluminado, eu acordei bem cedinho, fiz minhas orações e fui para o campeonato. Competi as quartas, semi e quando entrei para final falei para Tati, minha empresária, Tatiane Rodrigues, que eu estava superfeliz com um segundo lugar. Mas eu estava ali para vencer e iria com toda garra para a água. Pedi a papai do céu para me permitir soltar meu surfe e fazer o que eu mais sei fazer da vida. Deu tudo certo, fiz história, marquei minha vida em ser a primeira brasileira a vencer Bells Beach, uma etapa tão tradicional e importante. Todos querem um dia "tocar o sino", por isso, fiz a tatuagem com o troféu. Espero repetir o meu feito. Estou superbem para temporada 2015, pronta para surfar - disse a brasileira, que ocupa atualmente a quinta posição no ranking mundial. 
Vice-campeã mundial em 2008 e 2009, Silvana superou uma série de dificuldades para voltar ao seleto grupo das 16 melhores atletas do mundo. A cearense de Paracuru precisou tirar dinheiro do próprio bolso para bancar as viagens do QS e, assim, tentar a vaga para o CT. Vendeu o apartamento que tinha no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, o carro e ainda usou o dinheiro arrecadado com a venda dos buldogues franceses de seu canil para arcar com os altos custos de passagens, hotéis e alimentação no exterior. O esforço valeu a pena. 
Depois de conseguir viajar para as etapas de Hossegor, na França, e da Galícia, na Espanha, a cearense garantiu a sua vaga. As lesões constantes nos joelhos e o histórico de operações assustou os patrocinadores, que optaram por não renovar com a surfista, que precisou disputar a temporada de 2013 no sacrifício. Ela não conseguia nem entrar, só competia, mas não conseguiu permanecer no CT em 2014. Nunca pensou em desistir e agora renova as esperanças de conquistar o título mundial após uma grande temporada em excelente forma. 
- Meus joelhos estão 100%, graças a Deus e a muita dedicação. Me sinto superbem. Desistir, jamais. Sei o potencial que tenho, apesar de ter 30 anos e ser a mais velha do CT feminino, eu surto como adolescente e até as meninas comentam isso (risos) - analisou Silvana. 
Hoje, ela sente um misto de alívio e felicidade por estar na elite, embora ainda esteja preocupada pela falta de um patrocinador principal. Por vezes, cogita a possibilidade de preconceito em relação às mulheres no esporte, já que na elite masculina, por exemplo, os sete representantes do Brasil não sofrem com os mesmos problemas de patrocínio. 
- Sinceramente, não sei o que preciso fazer para que algum empresário acredite em mim, talvez seja preconceito com meninas? Não sei. Todos os meninos do CT têm bons patrocínios e conseguem se preocupar somente em surfar e treinar. A viagem para Austrália eu vim novamente com a venda de uma ninhada de meu canil. Alguns brasileiros me recebem em suas residências, as pessoas me escrevem e me ajudam em alguns lugares. Depois de Gold Coast, conversei com algumas marcas, muita gente curiosa querendo conversar, saber detalhes e tal, mas nada foi fechado, somente para co-patrocínios (borda da prancha, apoio e outros), mas o principal, não.
Na primeira etapa do CT, em Snapper Rocks, na Gold Coast australiana, Silvana impressionou a todos com um estilo radical e moderno, dando um show de manobras e um aéreo que lhe rendeu aúnica nota 10 da disputa femininaA cearense acabou caindo nas quartas de final diante de Stephanie Gilmore em um duelo marcado pelo equilíbrio, no terceiro encontro entre as duas na competição (duas vitórias de Steph e uma de Silvana). A inspiração da brasileira vem da nova geração. Realizando manobras raras entre as mulheres, ela se espelha em atletas como o americano Dane Reynolds, "showman" californiano, conhecido pelas manobras inovadoras. 
- Eu me sinto bem na Austrália, tenho bastante amigo aqui e me sinto confortável com a onda também, essa direitinha de Snapper é show. A repercussão do meu desempenho foi bem bacana, fiquei feliz em saber que minha família e amigos me assistiram em programas em rede nacional, me sinto orgulhosa de mim mesma por estar conquistando um espaço. Infelizmente, ali nas quartas, não veio a onda da final, mas estou superfeliz porque realmente provei que a Silvana Lima está bem e está de volta (risos) - finalizou.
CONFIRA AS BATERIAS EM BELLS BEACH
1: Malia Manuel (HAV) x Bianca Buitendag (AFR) x Laura Enever (AUS)
2: Sally Fitzgibbons (AUS) x Silvana Lima (BRA) x Nikki Van Dijk (AUS)
3: Carissa Moore (HAV) x Dimity Stoyle (AUS) x TBD
4: Stephanie Gilmore (AUS) x Tatiana Weston-Webb (HAV) x Alessa Quizon (HAV)
5: Tyler Wright (AUS) x Johanne Defay (FRA) x Sage Erickson (EUA)
6: Lakey Peterson (EUA) x CourtneyConlogue (EUA) Coco Ho (HAV)

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