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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Taxa básica de juros é mantida em 11% ao ano

Brasília (AE) - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 11% ao ano. A decisão foi unânime e interrompe o ciclo de aperto monetário a seis meses da eleição presidencial.

“Avaliando a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, manter a taxa Selic em 11% ao ano, sem viés”, informou o BC, em breve comunicado após a reunião que demorou mais de quatro horas.
A taxa Selic começou a subir em abril do ano passado. Na época, estava em 7,25% ao ano, menor nível da história recente. A Selic serve de base para o custo dos empréstimos a empresas e consumidores.

A estabilidade era esperada pela maior parte dos analistas financeiros. De acordo com pesquisa da Agência Estado, 76 de 85 instituições aguardavam a manutenção da Selic nesse patamar na reunião desta quarta-feira, 28.

Um grupo entende, porém, que a inflação não desacelerou o suficiente, o que forçará o início de um novo ciclo de altas depois de outubro. Isso será necessário, especialmente, porque o governo segurou os preços administrados, como combustíveis e energia, para não acelerar ainda mais a inflação.

Com a decisão, o mais recente esforço do BC para conter os preços durou um ano e nove altas consecutivas. Em abril de 2013, o início do ciclo de altas foi motivado pela alta da inflação, mesmo diante do crescimento ainda fraco da economia.

O índice oficial (IPCA) acumulado nos 12 meses até março de 2013 tinha estourado o teto de 6,5% da meta do governo, chegando a 6,59%. Mesmo dividido na época, o Copom, que reúne os diretores do BC, decidiu aumentar a taxa porque, em geral, juros mais altos desestimulam o consumo, o que reduz as pressões de alta nos preços.

Dessa vez, o fraco desempenho da economia brasileira foi preponderante para o fim dos aumentos da Selic. Para os economistas, uma nova alta na Selic neste momento deixaria o País próximo de uma recessão, o que poderia prejudicar a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. O próprio BC estima que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá apenas 2% neste ano.

Houve também desaceleração, pelo menos momentânea na inflação. De toda forma, a inflação ainda ronda o teto da meta do governo. Pelas projeções de uma centena de economistas ouvidos pelo BC, a inflação fechará o ano em 6,47%, bem próxima do teto, superior ao do ano passado (6,91%). O BC é um pouco mais otimista e acredita que a inflação fechará este ano em 6,1%.

“A economia desacelerou, o mercado de trabalho está mais fraco, a inflação na margem desacelerou, a taxa cambial está menos volátil. O quadro permite a manutenção dos juros básicos”, avalia Antonio Madeira, economista da LCA Consultores.

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