Cerca de três mil opositores foram às ruas em Caracas e em outras cidades da Venezuela, neste sábado, para denunciar os planos do governo que buscam modificar currículos educacionais e as restrições judiciais ao direito de manifestação.
Os protestos "deixaram 23 detidos, e oito são menores de idade", informou o ministro venezuelano do Interior e da Justiça, Miguel Rodríguez Torres, em declarações à televisão estatal.
Já a ONG Foro Penal informou que pelo menos 30 pessoas foram detidas, quando faziam bloqueios em diferentes pontos das zonas leste e sudeste de Caracas. Tropas do Batalhão de Choque usaram gás lacrimogêneo para dispersar os ativistas.
O movimento começou por volta do meio-dia, reunindo jovens em sua maioria, que saíram dos arredores de uma universidade de Caracas e concluíram o trajeto no município metropolitano de Chacao (leste), reduto da oposição.
Há alguns dias, o Ministério da Educação iniciou uma consulta entre estudantes e professores da Educação básica sobre um novo currículo escolar. A oposição denuncia o programa como "doutrinamento", já que buscaria reforçar o modelo socialista promovido por Chávez em sua chegada ao poder em 1999 e levado adiante por seu herdeiro político, o presidente Nicolás Maduro.
"Educação não é doutrinamento" e "Luto por uma educação que nos ensine a pensar, e não a obedecer" eram algumas das frases dos cartazes dos manifestantes. Outros traziam o lema "Protestar é meu direito".
Na quinta-feira, o Tribunal Supremo de Justiça emitiu uma sentença, determinando que qualquer manifestação deverá contar com uma autorização prévia das autoridades locais. Caso contrário, "poderá dar lugar a que os corpos policiais (...) atuem para dispersá-la", com o objetivo de garantir o direito ao livre trânsito.
A oposição reclama que a sentença é contrária aos princípios democráticos. Neste sábado, também houve protestos em cidades do interior do país, como Valencia (norte), Maracaibo e San Cristóbal(oeste).
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