O governo da Ucrânia teme que a concentração de tropas russas junto à fronteira oriental do país possa ser o prelúdio de uma invasão, o que obrigou o primeiro ucraniano, Arseni Yatseniuk, a encurtar neste sábado (26) sua visita a Roma após ser recebido pelo papa Francisco.
Horas antes, o vice-ministro de Relações Exteriores ucraniano, Danylo Lubkivsky, alertava na ONU que seu país enfrenta uma possível invasão russa a qualquer momento e advertiu que a Ucrânia se defenderá.
A atividade militar russa do outro lado da fronteira se reduziu ligeiramente durante este sábado, como admitiu o ministro da Defesa ucraniano, Mikhail Koval, que, no entanto, indicou que as tropas de Moscou se aproximaram até dois quilômetros da linha de demarcação.
"Ao meio-dia quatro aviões de transporte Il-76 voaram junto a nossa fronteira, mas em nenhum momento a cruzaram", disse Koval em entrevista coletiva.
O titular de Defesa opinou que os movimentos de tropas russas junto à fronteira da Ucrânia podem também ter como objetivo fazer o governo de Kiev desistir da "operação antiterrorista" contra os separatistas pró-russos nas regiões do sudeste do país.
"Devo dizer que a operação antiterrorista continua, embora não a um ritmo elevado", admitiu.
As forças de segurança e das Forças Armadas não empreenderam hoje ações contra as milícias separatistas entrincheiradas em Slaviansk, o bastião da sublevação pró-russa contra o governo de Kiev.
Nessa cidade, as milícias mantêm retidos desde sexta-feira (25) sete inspetores militares ocidentais (três alemães, um polonês, um dinamarquês, um sueco e um tcheco), cinco oficiais ucranianos e o motorista do ônibus no qual viajavam. Segundo os pró-russos, os inspetores foram detidos como suspeitos de espionagem em favor da Otan.
O presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, não titubeou um instante para acusar a Rússia de estar por trás do "sequestro" dos militares ocidentais.
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