Pelo tamanho do reservatório e importância econômica para toda a região, o sertanejo acreditou que os efeitos da seca haviam se tornado lembranças do passado. “A alegria do homem do campo foi embora, evaporou. Só ficou a preocupação”, afirma Francisco das Chagas Barbalho, de 59 anos.
Funcionário de carreira, ele trabalha há mais de 30 anos no escritório do Dnocs em Acari. “Na região, a última chuva considerável, cerca de 80 milímetros, caiu em janeiro. Aqui e acolá vem uma garoa, que não dá para nada. O Dnocs não tem o que fazer. É pedir a Deus um inverno bom”, acrescenta.
“A sangria do Gargalheiras é um espetáculo que atrai milhares de pessoas. Turistas movimentam a economia da cidade. A pesca se fortalece. Hoje não tem mais nada disso”, lamenta Celso Medeiros, que já presidiu a colônia de pescadores da região e agora toma conta de uma das pousadas mais tradicionais de Acari. “Há três anos aqui vivia cheio de gente. Os onze quartos da pousada estavam sempre lotados. Hoje não dá quase ninguém. Quem quer ver uma beleza dessa seca? É muito triste assim como tá”, afirma.
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