Zurique (Suíça) - O lamentável episódio protagonizado pela torcida do Real Garcilaso na quarta-feira, na vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, continua repercutindo negativamente no mundo do futebol. Após o meio-campista Tinga ser ofendido com cantos racistas, a presidente Dilma Rousseff lamentou o ocorrido em seu perfil oficial no Twitter e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, apoiou a governante. “Faço coro com Dilma ao condenar o episódio de racismo envolvendo Tinga, do Cruzeiro Esporte Clube. A Fifa é contra todo ato de discriminação”, escreveu em português o mandatário, também em sua conta na rede social. Além disso, Blatter ainda citou a resolução aprovada pela entidade contra a discriminação no futebol (clique aqui e leia o documento em inglês).
Mais cedo, a presidente do Brasil classificou como lamentáveis as ofensas dirigidas ao jogador cruzeirense e disse estar “fechada com ele”. A CBF também se manifestou pedindo um mundo “sem racismo, preconceito e desrespeito”, além de postar imagem com o escudo da entidade em preto e branco.
Na partida de quarta-feira, que marcou a estreia do Cruzeiro na Libertadores, cada vez que Tinga tocava na bola, parte da torcida do time peruano se agitava nas arquibancadas do estádio de Huancayo para ofender o atleta com cânticos racistas.
Dirigente promete acionar Conmebol - Os atos racistas também indignaram o diretor de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos, que afirmou que a humanidade sofreu um grande retrocesso com as atitudes da torcida do Real Garcilaso. O dirigente condenou com veemência o ocorrido e afirmou que existe respeito do lado cruzeirense.
“É um retrocesso na humanidade. Eu sou educado, não vou falar como eles são, vocês viram o nível que é a raça que é. A gente respeita, não somos assim. Vamos ter respeito, coisas que eles não tiveram. O Tinga é homem, passa por cima. O que sentimos aqui é um retrocesso da humanidade. É pensar pequeno, em um lugar pequeno, que não devia nem existir futebol”, declarou.
O dirigente cruzeirense garante que o clube mineiro vai reclamar na Conmebol contra os peruanos. “O Cruzeiro vai fazer sua representação, não tenha dúvida. Não vai ficar assim. Se precisar ir à Conmebol e o que tiver de fazer, nós vamos fazer. Eles têm que aprender que futebol é coisa seria”, explicou Alexandre Mattos.
Por meio das redes sociais, a Conmebol garantiu que vai apurar o caso, e o Real Garcilaso pode ser punido exemplarmente. Punições como multa, perda de mando de campo, jogar com portões fechados e até a eliminação da Libertadores podem ser aplicadas ao time peruano.
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