Prestes a embarcar, na madrugada desta segunda-feira, em uma aeronave da Gol em Foz do Iguaçu (Paraná), Katya Hemelrijk da Silva, de 38 anos, descobriu que teria de se arrastar por uma escada para conseguir entrar na aeronave. A executiva da empresa de cosméticos Natura, mãe de dois filhos, é cadeirante e se viu frente a uma situação constrangedora. Ela se preparava para voltar com o marido, Ricardo Severiano da Silva, para São Paulo, onde moram.
Em seu perfil do Facebook, Katya publicou uma mensagem em que explicita sua indignação, seguida da foto tirada no momento em que se arrastava para entrar no avião. A empresária reclamou que o Aeroporto de Foz do Iguaçu não tinha stair trac ou ambulift – equipamentos utilizados para elevar deficientes físicos diretamente à porta do avião – e que a Gol não tinha dispunha de outros recursos para driblar a falta dos aparatos. "Sem stair trac e sem ambulift, porque no Aeroporto de Foz do Iguaçu não tem... a solução foi entrar assim (se arrastando) no avião, às 5h20 da manhã."
Ela relata ainda que a indignação foi geral entre os que presenciaram a cena. "Só não foi pior porque a tripulação e os demais funcionários estavam tão indignados quanto nós e nos ajudaram no que foi preciso, inclusive a resgatar a mala que já estava despachada para que eu pegasse uma calça", relatou no post.
Katya afirma que pessoas chegaram a se oferecer para carregá-la no colo. Por ser portadora de "síndrome dos ossos de cristal" – doença genética rara que fragiliza a estrutura óssea do portador –, porém, ela não aceitou a ajuda, já que pode facilmente se machucar caso seja segurada de modo errôneo.
Em comunicado em sua página oficial do Facebook, a Gol esclareceu que o equipamento utilizado para levar os deficientes físicos até o interior da aeronave não estava disponível no momento do embarque. Por isso, a empresa tentou conseguir o equipamento, sem sucesso, com outras companhias. Leia abaixo o comunicado da empresa:
"A GOL Linhas Aéreas Inteligentes esclarece que o Stair Trac - equipamento utilizado para levar clientes com deficiência física até o interior de aeronaves - da base de Foz de Iguaçu não estava disponível para uso na manhã de ontem e por isso não pôde ser utilizado durante o embarque do voo 1076. A companhia tentou com as demais empresas conseguir o equipamento, o que também não foi possível, e ofereceu outras alternativas para a Cliente, que optou por seguir sem a ajuda dos colaboradores da companhia. A GOL lamenta o ocorrido e informa que tomará as medidas necessárias para evitar que casos como este voltem a acontecer. Estamos à disposição."
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