Por determinação da secretária municipal de Administração, Jandira Borges de Oliveira, todos os secretários da prefeitura de Natal estão autorizados a cortar o ponto dos funcionários públicos que se encontram em greve. A medida consta da portaria 1280/2015 publicada na edição de ontem do "Diário Oficial do Município" e tem efeito retroativo a 25 de junho, com base em deliberação feita na 11ª reunião ordinária do Conselho de Desenvolvimento Municipal (CDM), além de levar em contra o entendimento dos Tribunais Superiores de que os dias de paralisação por greve dos servidores podem ser descontados dos seus vencimentos.
Segundo a portaria, os secretários municipais "ficam autorizados a registrar como faltas por motivo de greve, os dias de paralisação apurados os períodos correspondentes aos movimentos grevistas, bem como encaminhar à Semad para promover os descontos nos respectivos vencimentos dos servidores grevistas". Já se levando em conta a data em que entrou em vigor o corte de ponto, os servidores já terão descontados pelo menos 34 dias dos seus contracheques.
O presidente do Sindicato dos Agentes de Saúde (Sindas), Cosmo Mariz, diz que autorização pra o corte de ponto pegou os servidores em greve de surpresa, "mas isso contou para fortalecer o movimento de paralisação da categoria, que ficou enfurecida".
Cosmo Mariz afirmou, ontem, que os agentes de saúde e de endemias vão continuar, juntamente com a base do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal (Sinsenat) continuarão com o acampamento no período da manhã, na rua Ulysses Caldas, em frente ao Palácio Felipe Camarão, sede da prefeitura, a fim de pressionar o prefeito Carlos Eduardo Alves a cumprir a data-base de reajuste salarial dos servidores, que ocorre anualmente em março.
Mariz avisou, ainda, que outras estratégias de pressão devem ser deliberadas no decorrer da greve, inclusive "para chamar a atenção da população" sobre a relutância do Poder Executivo do município em atender a pauta de reivindicação do funcionalismo público, "como a interdição das duas pontes do rio Potengi", além de passar a apoiar o movimento estudantil, denominado de "Revolta do Busão" contra o aumento de 12,76% na tarifa de transporte coletivo de Natal.
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